domingo, 6 de julho de 2008

Roupa suja,se lava...Na festa!

Mês passado, fui convidada para uma festa. Gosto de ficar em casa e não sou menos feliz por isso. É uma opção. A maioria das pessoas não entende, mas já passei da fase de explicar que me sinto bem assim. Aquela festa, no entanto não podia evitar. Tinha muito tempo que adiava uma visita a um casal de amigos. Fariam uma comemoração pelo aniversário de casamento. Particularmente, haviam me confidenciado juntos que não sabiam o que iriam comemorar, o casamento estava desgastado, apesar do pouco tempo de convivência. Mas resolveram assim mesmo. Em três anos sempre que os encontrava tinham queixas um do outro e mostravam claramente a insatisfação na relação. Mas enfim...
Era um almoço e o dia estava lindo. As pessoas conversavam e se divertiam com o clima descontraído, o casal era jovem e a grande maioria dos convidados tinha a mesma faixa etária deles.
Não sei bem como e nem quando tudo começou, mas percebi uma pequena confusão perto dos dois e logo ouvi os gritos. Ela gritava que estava de saco cheio de ser ridicularizada por ele. Ele ria alto, debochando do descontrole dela. Dizia que cansara de comer a gororoba que ela cozinhava, que chegava em casa e a encontrava despenteada e que sua mãe era intratável. Nesse momento, alguém riu provocando ainda mais a disputa entre os dois.
Ela como se estivesse bêbada, rodava em círculos dizendo que ele tinha mau hálito, falava de boca cheia, cuspindo quem estava próximo. Tinha a péssima mania de se achar engraçado e criar saia justa nos lugares onde estava. Ele, na opinião dela, precisava de educação.
Após alguns minutos daquela infantilidade, as reações eram diversas: uns riam, outros criticavam, a sogra insultada, chorava pelos cantos.
Achei que era hora de me retirar. No caminho para casa, o irmão dela que viera comigo ria de soluçar com a cena. E eu ria, da risada dele..
Quinze dias depois do ocorrido, recebi um e-mail dos dois, haviam viajado e estavam em segunda lua de mel, felizes como nunca.
Não pude deixar de achar graça da forma que encontraram para melhorar a relação. Fiquei sabendo que algumas pessoas se surpreenderam com o final daquele caso.
Mas o irmão dela me ligou e rindo como sempre, creditou o barraco a minha presença tão rara.
Eu desejava que fossem realmente felizes afinal cada um sabe de si, de seus relacionamentos e sentimentos.


Mas que a situação tinha sido constrangedora e desconcertante,isso tinha.






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Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi.
(Mário de Andrade)